Estrada de Ferro Amapá

A Estrada de Ferro Amapá foi construída para transporte de minério de manganês na década de 1950, possui e extensão de 194 km e locomotivas diesel-elétrica, sendo a única ferrovia de carga de bitola standard (1,435mm) no Brasil. Foi inaugurada em 1957, tem por principal objetivo o transporte do minério de manganês extraído e beneficiado na Serra do Navio, Estado do Amapá, que é embarcado para exportação pelo Porto de Santana, em Santana (Amapá). Atualmente, está desativada.

HISTÓRIA

Em 1947 a Empresa Indústria e Comércio de Minério S.A. - ICOMI venceu a licitação para exploração do manganês na Serra do Navio, no Território Federal do Amapá. Em 1950 a empresa norte-americana Bethlehem Steel Company, se tornou sócia com 49% do empreendimento, sob a alegação que o projeto carecia de maiores investimentos e conhecimentos técnicos. A ferrovia começou a ser implantada em março de 1954 e foi concluída em janeiro de 1957.
Em 1980 a Bethlehem vendeu sua participação para a Caemi, sendo a exploração de manganês encerrada em 1997. O trem continuou a circular transportando modesta quantidade de cromita e o passageiros.
Concessão inicial
Outorga de concessão pelo Decreto n.º 32.451, de 20 de março de 1953, que tem como objeto conceder à Empresa Indústria e Comércio de Minério S.A. - ICOMI, a construção, uso e gozo de uma estrada de ferro que, partindo de Porto de Santana alcance as jazidas de manganês existentes na região dos Rios Amapari e Araguari, no Amapá.
Nova Concessão
Em março de 2006 a MMX Mineração e Metálicos assume o controle da Estrada de Ferro Amapá, vencedora do processo licitatório por meio da Acará Empreendimentos e será a nova administradora da ferrovia por vinte anos.
O valor da concessão, de 814 mil reais, foi pago no ato da assinatura do contrato. A MMX Logística ofereceu garantias de 7,8 milhões de reais para operar o contrato, e está obrigada a fazer investimentos de 40,7 milhões de reais nos 193 quilômetros de estrutura ferroviária do Amapá nos próximos dois anos. O valor total da operação é de 157,9 milhões de reais.
O contrato prevê que a MMX Logística invista, nos próximos dois anos, na recuperação das estações ferroviárias entre Santana e Serra do Navio, revitalize todo o leito da ferrovia com troca de trilhos, assim como modernização dos vagões e da sinalização em todo o trajeto. A empresa também será responsável por dotar os vagões cargueiros de melhores estruturas para transporte de minérios e produtos agrícolas.
Entre os novos investimentos está a compra de 82 novos vagões, junto a Iochpe-Maxion.
A MMX foi vendida para a Anglo American, que assumiu a concessão, 2008.
Em 2013, o controle foi repassado para a Zamin. Com a crise financeira em empresa, após do desabamento do porto particular para transportar manganês em 2013, o governo estadual decretou, em 2015, a extinção do contrato da mineradora com a ferrovia. A fiscalização passou a ser de responsabilidade da Secretaria de Estado de Transportes (Setrap).
Transporte Realizado
Em 1997 transportou 84 mil passageiros e um milhão de toneladas de mercadorias (minério de manganês, ferro-silício, dormentes, areia, explosivos, etc.), equivalente a 194 milhões de TKU, empregando 40 funcionários.
Em 2014, circulou pela última vez o trem de transporte de carga pela ferrovia. Em 2015, ocorreu a viagem do último trem de passageiros. Após a paralisação, o abandono e a falta de prevenção levaram a furtos, roubos e depredação na ferrovia, provocando prejuízos ao Estado.
Material Rodante
A Estrada de Ferro Amapá possui 13 locomotivas diesel-elétricas. Foram compradas sete locomotivas GE C30-7 usadas no México (ex-Ferrocarriles Chiapas-Mayab), que viriam substituir as velhas manobreiras nos serviços transporte de minérios, posteriormente foi adquirida mais uma locomotiva GE C30-7 reformada da MGE/Rail Progress.
  • 5 locos diesel B + B, GE
  • 3 locos SW-1.200, ano 1955, 112 t (28 t/eixo), tanque 2,8 t, tração 9 t
  • 1 idem, idem, ano 1966
  • 1 loco SW-1.500, ano 1971, peso 125 t, tanque 4,2 t e tração 11,6 t
  • 109 vagões de minério, comprimento 7,1 m, tara 20 t, lotação 64 t
  • 28 vagões diversos
  • 4 vagões especiais
  • 6 vagões de passageiros
Via Permanente
Singela (única), bitola 1,435mm, 2 triângulos (nos terminais), 9 desvios vivos ao longo da linha, 15 estações (4 com comunicações) nas altitudes de 12 a 122 m sobre o nível do mar, faixa de domínio: 2 x 30 m
Locomotiva EMD SW1200 Nº 1 da Estrada de Ferro Amapá.
INFORMAÇÕES PRINCIPAIS

Nome: Estrada de Ferro Amapá

Sigla: E. F. Amapá

Área de operação: Amapá

Tempo de operação: 1957-2015

Proprietário: Secretaria de Estado de Transportes do Amapá

ESPECIFICAÇÕES DA FERROVIA

Bitola: 1,435mm (Standard)

Extensão: 194 km 

Frota: 13 locomotivas e 147 vagões

Passagens de nível (PN): 16

Bueiros: 282

Pontes: 5

Raio mínimo: 305 m

Rampas máximas: 0,35% (exportação) e 1,5% (importação)

Curvas: 23 circulares e 75 espirais

Trilhos: 90-AS, com 45 kg/m, 12 m/trilho, 168 trilhos/km

Lastro: Piçarra, sendo substituída por xisto, 2 m3/m, 20 cm de espessura sob os dormentes

Dormentes: Acapu, sucupira, bracuuba vermelha e maçaranduba, 17 x 23 x 260 cm, 1.800/km, espaçamento 56 cm. Tratamento: pintura de creosoto na zona de pregação e cabeças. Substituição: 6,5% da linha em 1988

VEJA TAMBÉM:
Mapa da Estrada de Ferro Amapá do ano de 1985.

Construção da Estrada de Ferro Amapá no ano de 1955.

Locomotiva EMD SW1500 Nº 5 da Estrada de Ferro Amapá.

Trem de passageiros da Estrada de Ferro Amapá passando pela ponte do rio Amapari no ano de 1993.

Vagão Cabose Nº 409 da Estrada de Ferro Amapá.

Trecho da Estrada de Ferro Amapá sentido Santana/AP.

Trem de minério da Estrada de Ferro Amapá com locomotiva GE C30-7 Nº 3001.

Vagões de passageiros da Estrada de Ferro Amapá abandonados.

Vagões da Estrada de Ferro Amapá carregados com minério no ano de 1964.

Vagões da Estrada de Ferro Amapá abandonados.

Composição mista da Estrada de Ferro Amapá cruzando o rio Amapari, nessa época a ferrovia estava sob concessão da MMX.

Trem na estação de Santana, em uma das primeiras fotografias da Estrada de Ferro Amapá, tirada no ano de 1957.

Instalações da ICOMI na Serra do Navio, em 1964.

Locomotiva Nº 4 recém pintada com as cores da MMX, em 2006.

Estação de Serra do Navio nos anos 2000.

Trem de minério da MMX em 2008.

Locomotiva C30-7 Nº 3003 tracionando uma composição de minério na Estrada de Ferro Amapá.

Estação de Porto Platon/AP em 2014.

Estação de Santana em abril de 2015, nessa época a ferrovia já estava desativada.

Vagão tanque da Estrada de Ferro Amapá.

Vagões hopper da Estrada de Ferro Amapá descarrilados, o acidente ocorreu no Km/35 da ferrovia no dia 1º de Maio de 2012.

Funcionários da MMX com um auto de linha, em 22 de setembro de 2007.

Reportagem sobre a Estrada de Ferro Amapá.

Estrada de Ferro Amapá, Da Ascensão à Crise.

Estrada de Ferro Amapá operando no ano de 1987.

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