Departamento Nacional de Estradas de Ferro

O Departamento Nacional de Estradas de Ferro (DNEF) foi um órgão do governo brasileiro de efetivamento de políticas ferroviárias.
HISTÓRIA
A criação do DNEF e do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), foi efetivada pelo Decreto Lei n.º 3.163, de 31/03/1941.
Em dezembro de 1974, o DNEF é extinto e suas funções foram transferidas para a Secretária-Geral do Ministério dos Transportes e para a Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).
DECRETO-LEI Nº 3.163, DE 31 DE MARÇO DE 1941
Cria o Departamento Nacional de Estradas de Ferro e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º Fica cirado, no Ministério da Viação e Obras Públicas, o Departamento Nacional de Estradas de Ferro (DNEF), ao qual incumbirá: 
1 -zelar pelo programa referente à viação férrea compreendido no Plano Geral de Viação Nacional, estudando e propondo as medidas necessárias à sua realização;
2 -propor o estabelecimento de normas gerais a que se deva subordinar toda a atividade ferroviária do país;
3 -superintender a administração das estradas de ferro a cargo da União, de sua propriedade ou por ela ocupadas;
4 -estudar e propor a concessão de autonomia administrativa e financeira às estradas de ferro a cargo da União, tendo em vista as vantagens que desse regime possam advir;
5 -estudar e propor o arrendamento de estradas de ferro a cargo da União a empresas privadas ou a particulares, sempre que se mostrar conveniente a adoção desse regime;
6 -fiscalizar, permanentemente, as estradas de ferro não administradas pela União;
7 -propor, fundamentalmente, a encampação das estradas de ferro que não estiverem atendendo aos interesses nacionais ou das zonas e regiões a que servirem;
8 -rever ou elaborar projetos e orçamentos para a construção de novas linhas, prolongamentos, variantes, ramais, desvios e edifícios; dispor sobre a sua execução; opinar sobre os que forem elaborados pelas estradas de ferro não administradas pela União;
9 -orientar a organização da contabilidade e da estatística das estradas de ferro;
10 -reunir dados estatísticos de consumo de material ferroviário, para o estudo de questões relativas à aquisição de utilidades ferroviárias no país e no estrangeiro;
11 -fixar normas para a elaboração dos relatórios das estradas de ferro;
12 -promover o entendimento entre as estradas de ferro, quando questões forem suscitadas entre as mesmas;
13 -estudar e propor ao Ministro de Estado a fixação de zonas de influência das estradas de ferro, de forma a evitar competição danosa ao seu equilíbrio financeiro;
14 -propor medidas coercitivas para impedir a guerra de tarifas;
15 -estudar, permanentemente, a situação das praças, para o fim de estabelecer providência que visem o melhor aparelhamento das estradas de ferro e o fomento da economia das regiões por elas servidas;
16 -estudar e propor a revisão de contratos ferroviários onerosos aos cofres públicos;
17 -instruir os processos sobre assuntos ferroviários, examinar detalhadamente planos e orçamentos, manter atualizados os dados que devam ser encaminhados ao Ministro de estado ou a órgãos que deles necessitem;
18 -elaborar projetos de leis, regulamentos, regimentos e outros atos relativos às estradas de ferro;
19 -organizar, manter em dia e promover a publicação da estatística, coordenada, das atividades ferroviárias do país, observadas as normas que forem estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e pelo Conselho de Segurança Nacional;
20 -orientar e fiscalizar as atividades do órgão incumbido da apuração e liquidação das contas das estradas de ferro em tráfego mútuo e direto;
21 -colaborar com os poderes competentes para o melhor aproveitamento das zonas marginais das estradas de ferro;
22 -coligir os elementos necessários ao perfeito conhecimento da situação econômico-financeira das estradas de ferro;
23 -acompanhar e fiscalizar as atividades das estradas de ferro autônomas, estudando e propondo a adoção de sistemas e normas administrativas racionais;
24 -estudar e propor medidas relativas à seleção, formação e aperfeiçoamento do pessoal das estradas de ferro a cargo da União.

     Art. 2º São órgãos do departamento:

     I - A Divisão de Administração, compreendendo:
a)Secção do Pessoal;
b)secção do Material;

c)

d)

Secção de Orçamento;

Secção de Comunicações; 

e)Biblioteca.

     II - A Divisão de Fiscalização, compreendendo:

a)

b)

Secção de Tomada de Contas;

Distritos Fiscais.


     III - A Divisão Econômica, compreendendo:
a)Secção de Estudos Econômicos;
b)Secção de Tarifas e Contratos;
c)Secção de estatística.

     IV - A Divisão de Planos e Obras, compreendendo:
a)Secção de Planos;
b)Secção de Obras;
c)Secção de Cadastro e Patrimônio.

     Art. 3º a direção geral do Departamento caberá a engenheiro nomeado dentre os possuidores de comprovados conhecimentos e tirocínio em assuntos de administração ferroviária.

     Art. 4º Ficam incluídos no Quadro I do Ministério da Viação e Obras Públicas:

     I - Cargos em Comissão:
1 -Diretor Geral, padrão B;
3 -Diretor de Divisão (de Fiscalização; Econômica; de Planos e Obras), padrão P.

 

     II - Funções gratificadas, anuais:
1 -Diretor de Divisão ( de Administração).............................................. 9:600$0
5 -Chefe de Secção (de Tomada de Contas; de Estudos Econômicos;
           de Tarifas e Contratos; de Planos; de Obras Novas), cada um........... 6:000$0
5 -Chefe de Secção (de Pessoal; de Material; de Orçamento; de
           Estatística; de cadastro), cada um...................................................... 4:800$0
1 -Chefe de Secção (de Comunicações)................................................. 2:400$0
1 -Secretário do Diretor Geral................................................................ 4:800$0
4 -Secretário de Diretor de Divisão, cada um.......................................... 3:600$0

     Art. 5º Fica extinta a Inspetoria Federa das Estradas, transferindo-se seus encargos para os órgãos do Departamento criado pelo presente decreto-lei. 

     Parágrafo único. Em consequência do disposto neste artigo, ficam extintos, no Quadro I do Ministério da Viação e Obras Públicas, o cargo de Inspetor, padrão R, em comissão, e as funções gratificadas correspondentes à Inspetora Federal das Estradas.
     Art. 6º Dentro de cento e oitenta dias, contados da data do presente decreto-lei, passará ao Departamento a fiscalização das estradas de ferro de concessão estadual.

     Art. 7º Dentro de sessenta dias, contados da data da vigência do presente decreto-lei, será baixado o regimento fixando a competência dos diferentes órgãos do Departamento e definindo as atribuições de seus funcionários.

     Parágrafo único. No regimento que se expedir poderá ser fixado estágio obrigatório das funcionários do Departamento em órgãos de serviço nos Estados.

     Art. 8º O presente decreto-lei entrará em vigor a partir de 15 de abril do corrente ano, devendo o Ministério da Viação e Obras Públicas propor as medidas orçamentárias que se tornarem necessárias.

     Art. 9º Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 31 de março de 1941, 120º da Independência e 53º da república.

GETÚLIO VARGAS
João de Mendonça Lima

Logo ilustrativa do DNEF.
DESCRIÇÃO

Nome: Departamento Nacional de Estradas de Ferro

Sigla: DNEF

Fundação: 31 de Março de 1941 (31/03/41)

Tipo: Órgão do Governo Federal

Subordinação: Ministério de Viação e Obras Públicas

Direção Superior: Governo Federal do Brasil

Tempo de Operação: 1941-1974

Sede: Teresina, Piauí, Brasil

VEJA TAMBÉM:
Palacete onde funcionou o DNEF, em Teresina/PI.

Locomotiva a vapor Nº 220 do DNEF.

A publicação "Ferrovias do Brasil 1970", do DNEF, é um esquema "visual" do sistema ferroviário brasileiro naquele momento.

Comentários