O acidente ferroviário de Anchieta ocorreu em 4 de março de 1952 no estado do Rio de Janeiro, em Anchieta, um subúrbio a aproximadamente 32 quilômetros do centro da cidade de Rio de Janeiro. O acidente causou a morte de 119 pessoas e o clamor público subsequente resultou em novos investimentos do governo nas vias ferroviárias.
O ACIDENTE
Até a década de 1950 acidentes fatais eram bastante frequentes nas ferrovias brasileiras, havendo quase 1.442 descarrilamentos somente em 1950. Dois meses antes da tragédia já havia ocorrido um descarrilamento no mesmo trecho da linha. Às 8h40m do dia 4 de março, um trem de passageiros lotado estava cruzando lentamente uma ponte sobre o Rio Pavuna, perto da estação de Anchieta quando descarrilou, projetando dois vagões de madeira para o lado, na linha adjacente. Quase imediatamente, um trem de carga moderno de alta velocidade, vindo na direção contrária, chocou-se contra os carros de madeira, entrando sob a estrutura e empurrando os vagões para cima. O acidente agrava-se principalmente pela lotação do trem, comum à área suburbana, com passageiros agarrados às laterais, sob e entre os vagões. Uma testemunha diz que viu "passageiros voando em todas as direções quando o choque ocorreu". No total, 119 pessoas foram mortas e até 250 foram feridas.
O maquinista do trem a vapor fugiu da cena com sua locomotiva, que foi posteriormente encontrada abandonada horas depois; o homem foi dado como foragido, sendo jamais visto novamente. O motivo para seu desaparecimento era uma lei específica que dizia que um maquinista preso na cena de um acidente poderia ser detido indefinida e inafiançavelmente. Se escapasse da prisão por 48 horas, contudo, ele poderia continuar livre até que fosse condenado por negligência ou má conduta grave.
O maquinista do trem a vapor fugiu da cena com sua locomotiva, que foi posteriormente encontrada abandonada horas depois; o homem foi dado como foragido, sendo jamais visto novamente. O motivo para seu desaparecimento era uma lei específica que dizia que um maquinista preso na cena de um acidente poderia ser detido indefinida e inafiançavelmente. Se escapasse da prisão por 48 horas, contudo, ele poderia continuar livre até que fosse condenado por negligência ou má conduta grave.
RESPOSTA
A negligência quanto ao estado de conservação dos trilhos e a fiscalização pouco rígida eram causas frequentes de acidentes. A estatal Estrada de Ferro Central do Brasil, que operava ambos os trens envolvidos, tinha sido acusada de negligência devido ao seu alto número de acidentes fatais. As linhas conduziam trens mais pesados e com lotações muito acima das que foram originalmente feitas para suportar. Por conta do altíssimo número de vítimas fatais iniciou-se uma comoção pública contra a "matança nas ferrovias", encabeçada pela imprensa brasileira. Policiais extras estavam posicionados no Terminal Ferroviário Dom Pedro Segundo, no Rio, para parar quaisquer possíveis manifestações. Uma investigação foi iniciada pela Ferrovia Central. A causa do descarrilamento inicial foi determinada como um trilho quebrado, mas o laudo oficial também indicou que a ferrovia estava em "uma condição deplorável e perigosa". Em resposta, o presidente Getúlio Vargas ordenou a renovação imediata de mais de 190 quilômetros de trilhos considerados perigosos e requisitou a compra de 200 novas locomotivas elétricas e carros para fornecer serviços mais confiáveis e seguros, financiando esta compra com empréstimos estrangeiros.
Foto do acidente.
DESCRIÇÃO
Data: 4 de Março de 1952
Hora: 08:40 AM
Local: Anchieta, Rio de Janeiro
País: Brasil
Operadora: Estrada de Ferro Central do Brasil
Tipo de acidente: Descarrilamento e colisão
Causa: Trilho quebrado
ESTATÍSTICAS
Trens: 2
Mortos: 119
Feridos: Mais de 250
VEJA TAMBÉM:
Vídeo sobre o gravíssimo acidente ferroviário de Anchieta no Rio de Janeiro.
Comentários
Postar um comentário