A Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná foi uma empresa ferroviária brasileira constituída a partir de 1920, inicialmente como Companhia Ferroviária Noroeste do Paraná, após concessão do Estado do Paraná para construção de uma ferrovia. Em 12 de junho de 1924 foi inaugurada oficialmente, sendo seu primeiro trecho desde a estação de Ourinhos, no estado de São Paulo, à estação Leoflora, no estado do Paraná. Em 1928, foi assumida pela Paraná Platations, de capital inglês, a qual deu continuidade ao projeto ferroviário rumo a oeste, adentrando o Estado do Paraná, seguindo ao sul do leito do Rio Paranapanema. Foi a principal propulsora do desbravamento e desenvolvimento do norte do Estado do Paraná junto da Companhia de Terras do Norte do Paraná, também pertencente à Paraná Plantations, ocasionando no surgimento de diversas cidades, entre elas o importante município de Londrina.
HISTÓRIA
Durante a segunda metade do século XIX surgiram no inexplorado norte paranaense alguns núcleos de povoamento, especialmente fundados por migrantes paulistas e mineiros. Entre outros podemos citar Tomazina, São José do Cristianismo (São José da Boa Vista), Wenceslau Braz, Colônia Mineira (Siqueira Campos), Santo Antônio da Platina, Maria Ferreira (Ribeirão Claro) e Ourinhos (Jacarezinho).
Nesta região paranaense foram criadas diversas fazendas, sendo seu principal produto o café. Nesse contexto inicia-se o debate na primeira década do século XX quanto a construção de uma estrada de ferro que atendesse essa nova demanda. Eis que a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, através de decreto federal, consegue a concessão para construção de um ramal partindo de Jaguariahyva e seguindo para o norte, a fim de alcançar o vale do rio Paranapanema na divisa com o estado de São Paulo.
Mesmo a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande tendo a concessão para construção deste ramal desde a década de 1900, a obra foi iniciada somente em 1912, sendo o primeiro trecho entre Jaguariahyva e São José (Calógeras) inaugurado em 1915. Enquanto isso, a Estrada de Ferro Sorocabana já havia alcançado o sudoeste paulista e a margem direita do Paranapanema, especialmente entre Ourinhos e Salto Grande do Paranapanema, e continuava avançando para o rio Paraná, na divisa com o estado do Mato Grosso. A construção deste ramal da EFSPRG, depois conhecido como Ramal do Paranapanema, se arrastou por mais de duas décadas, alcançando Jacarezinho somente em 1930, que ainda não era seu ponto terminal.
Enquanto a estrada de ferro não se concretizava, já na segunda metade da década de 1910 os fazendeiros e autoridades da região de Jacarezinho estavam desgostosos por ver a EFS passando em seus portões, porém não alcançando as suas terras e cidade. Um grande problema na região era a travessia do rio Paranapanema, principalmente para as mercadorias e a safra em ambos os sentidos, pois havia somente uma balsa instalada entre Jacarezinho e a estação de Ourinhos, com um custo muito alto, e que durante certos períodos causou muito debate.
A Estrada de Ferro Noroeste do Paraná foi criada neste contexto com o objetivo de tornar-se rota de escoamento da produção do norte pioneiro do Paraná para as metrópoles brasileiras e para o porto de Santos, especialmente ligando as cidades de Ourinhos e Cambará.
Para criação desta companhia formou-se um grupo de empresários, os quais, entre outras personalidades, podemos destacar o sr. Willie Davids (prefeito de Jacarezinho e deputado estadual entre 1914 e 1920), o major Barbosa Ferraz (fazendeiro), sr. Leovigildo Barbosa Ferraz (fazendeiro), sr. Gabriel Ribeiro dos Santos (político e membro de associações de agricultura) e o coronel Procópio (fazendeiro).
Com as negociações políticas de Willie Davids junto ao governo paranaense, o grupo conseguiu através do decreto nº 896 de 20 de agosto de 1920 do Estado do Paraná a autorização para a construção de uma ferrovia do ponto mais conveniente entre Jacarezinho e a barranca esquerda do rio Paranapanema (onde deveria entroncar com o Ramal do Paranapanema) seguindo em direção ao rio Tibagy, criando então a Companhia Ferroviária Noroeste do Paraná. A mesma companhia conseguiu através do decreto nº 3.536 de 25 de novembro de 1922 do Estado de São Paulo a concessão para a construção da ferrovia desde a estação de Ourinhos até a margem direita do rio Paranapanema.
No extremo norte do Paraná, após a aprovação de ambos estados, em 1923 a Companhia Ferroviária Noroeste do Paraná deu início à construção do primeiro trecho entre Ourinhos e a Fazenda Água do Bugre (de propriedade de Barbosa Ferraz), onde seria construída a estação Leoflora. Em 1924, antes da inauguração da Noroeste do Paraná, foi realizada uma assembleia que aprovou a alteração do nome para Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná, argumentando que haveria uma confusão entre a sigla da companhia (NOP) com a sigla da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), e também que a mesma tinha concessão nos dois estados, e que seria reconhecida pela ligação entre os mesmos.
Desta forma, no dia 12 de junho de 1924 partiu da estação de Ourinhos o trem inaugural da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná, cruzando o rio Paranapanema pela ponte rodoferroviária de madeira que fora construída alguns anos antes pela mediação do senador paulista Mello Peixoto. No lado paranaense foram inauguradas as estações Presidente Munhoz e a estação Leoflora. No ano seguinte foi inaugurado o trecho até a cidade de Cambará.
Com dificuldades financeiras, o grupo de fazendeiros não conseguiram fazer com que a estrada de ferro avançasse com seus trilhos. Mesmo assim, em 06 de novembro de 1927 a SPP realizou a inauguração da nova e definitiva ponte ferroviária sobre o rio Paranapanema, toda em estrutura metálica treliçada.
Em 1928, a concessão foi transferida para a inglesa Paraná Plantations, que alterou seu nome para Estrada de Ferro São Paulo-Paraná. Gradativamente a linha avançou para oeste, quando atingiu Londrina em 28 de julho de 1935. Os planos dos ingleses eram grandiosos, tendo como objetivo inicial chegar a cidade de Assunção, capital do Paraguai.
Posteriormente, também se entroncou com com o Ramal do Paranapanema da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande em 1937, quando inaugurada a estação de Marques dos Reis, no município de Jacarezinho, a poucos metros da ponte sobre o rio Paranapanema, bem próximo à Ourinhos.
No ano de 1944 a SPP foi incorporada à Rede Viação Paraná-Santa Catarina através do Decreto-Lei nº 6.412 de 10 de abril.
Em 1957, a RVPSC foi incorporada pela RFFSA. Segundo dados, entre 1975 e 1982, a linha de Ourinhos a Cianorte (cidade que atingiu em 1972), servia a 46 estações.
Nesta região paranaense foram criadas diversas fazendas, sendo seu principal produto o café. Nesse contexto inicia-se o debate na primeira década do século XX quanto a construção de uma estrada de ferro que atendesse essa nova demanda. Eis que a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, através de decreto federal, consegue a concessão para construção de um ramal partindo de Jaguariahyva e seguindo para o norte, a fim de alcançar o vale do rio Paranapanema na divisa com o estado de São Paulo.
Mesmo a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande tendo a concessão para construção deste ramal desde a década de 1900, a obra foi iniciada somente em 1912, sendo o primeiro trecho entre Jaguariahyva e São José (Calógeras) inaugurado em 1915. Enquanto isso, a Estrada de Ferro Sorocabana já havia alcançado o sudoeste paulista e a margem direita do Paranapanema, especialmente entre Ourinhos e Salto Grande do Paranapanema, e continuava avançando para o rio Paraná, na divisa com o estado do Mato Grosso. A construção deste ramal da EFSPRG, depois conhecido como Ramal do Paranapanema, se arrastou por mais de duas décadas, alcançando Jacarezinho somente em 1930, que ainda não era seu ponto terminal.
Enquanto a estrada de ferro não se concretizava, já na segunda metade da década de 1910 os fazendeiros e autoridades da região de Jacarezinho estavam desgostosos por ver a EFS passando em seus portões, porém não alcançando as suas terras e cidade. Um grande problema na região era a travessia do rio Paranapanema, principalmente para as mercadorias e a safra em ambos os sentidos, pois havia somente uma balsa instalada entre Jacarezinho e a estação de Ourinhos, com um custo muito alto, e que durante certos períodos causou muito debate.
A Estrada de Ferro Noroeste do Paraná foi criada neste contexto com o objetivo de tornar-se rota de escoamento da produção do norte pioneiro do Paraná para as metrópoles brasileiras e para o porto de Santos, especialmente ligando as cidades de Ourinhos e Cambará.
Para criação desta companhia formou-se um grupo de empresários, os quais, entre outras personalidades, podemos destacar o sr. Willie Davids (prefeito de Jacarezinho e deputado estadual entre 1914 e 1920), o major Barbosa Ferraz (fazendeiro), sr. Leovigildo Barbosa Ferraz (fazendeiro), sr. Gabriel Ribeiro dos Santos (político e membro de associações de agricultura) e o coronel Procópio (fazendeiro).
Com as negociações políticas de Willie Davids junto ao governo paranaense, o grupo conseguiu através do decreto nº 896 de 20 de agosto de 1920 do Estado do Paraná a autorização para a construção de uma ferrovia do ponto mais conveniente entre Jacarezinho e a barranca esquerda do rio Paranapanema (onde deveria entroncar com o Ramal do Paranapanema) seguindo em direção ao rio Tibagy, criando então a Companhia Ferroviária Noroeste do Paraná. A mesma companhia conseguiu através do decreto nº 3.536 de 25 de novembro de 1922 do Estado de São Paulo a concessão para a construção da ferrovia desde a estação de Ourinhos até a margem direita do rio Paranapanema.
No extremo norte do Paraná, após a aprovação de ambos estados, em 1923 a Companhia Ferroviária Noroeste do Paraná deu início à construção do primeiro trecho entre Ourinhos e a Fazenda Água do Bugre (de propriedade de Barbosa Ferraz), onde seria construída a estação Leoflora. Em 1924, antes da inauguração da Noroeste do Paraná, foi realizada uma assembleia que aprovou a alteração do nome para Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná, argumentando que haveria uma confusão entre a sigla da companhia (NOP) com a sigla da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), e também que a mesma tinha concessão nos dois estados, e que seria reconhecida pela ligação entre os mesmos.
Desta forma, no dia 12 de junho de 1924 partiu da estação de Ourinhos o trem inaugural da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná, cruzando o rio Paranapanema pela ponte rodoferroviária de madeira que fora construída alguns anos antes pela mediação do senador paulista Mello Peixoto. No lado paranaense foram inauguradas as estações Presidente Munhoz e a estação Leoflora. No ano seguinte foi inaugurado o trecho até a cidade de Cambará.
Com dificuldades financeiras, o grupo de fazendeiros não conseguiram fazer com que a estrada de ferro avançasse com seus trilhos. Mesmo assim, em 06 de novembro de 1927 a SPP realizou a inauguração da nova e definitiva ponte ferroviária sobre o rio Paranapanema, toda em estrutura metálica treliçada.
Em 1928, a concessão foi transferida para a inglesa Paraná Plantations, que alterou seu nome para Estrada de Ferro São Paulo-Paraná. Gradativamente a linha avançou para oeste, quando atingiu Londrina em 28 de julho de 1935. Os planos dos ingleses eram grandiosos, tendo como objetivo inicial chegar a cidade de Assunção, capital do Paraguai.
Posteriormente, também se entroncou com com o Ramal do Paranapanema da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande em 1937, quando inaugurada a estação de Marques dos Reis, no município de Jacarezinho, a poucos metros da ponte sobre o rio Paranapanema, bem próximo à Ourinhos.
No ano de 1944 a SPP foi incorporada à Rede Viação Paraná-Santa Catarina através do Decreto-Lei nº 6.412 de 10 de abril.
Em 1957, a RVPSC foi incorporada pela RFFSA. Segundo dados, entre 1975 e 1982, a linha de Ourinhos a Cianorte (cidade que atingiu em 1972), servia a 46 estações.
TRECHOS
Trecho | Abertura | km | Soma |
---|---|---|---|
Ourinhos - Leoflora | 12/06/1924 | 21 | 21 |
Leoflora - Cambará | 01/07/1925 | 8 | 29 |
Cambará - Ingá | 15/04/1930 | 29 | 58 |
Ingá - Bandeirantes | 01/07/1930 | 24 | 82 |
Bandeirantes - Cornélio Procópio | 01/12/1930 | 43 | 125 |
Cornélio Procópio - Congonhas | 03/05/1932 | 17 | 142 |
Congonhas - Jataí Paraná | 03/05/1932 | 42 | 184 |
Jataí Paraná - Londrina | 01/01/1935 | 26 | 210 |
Londrina - Nova Dantzig (Cambé) | 01/12/1935 | 14 | 224 |
Nova Dantzig (Cambé) - Rolândia | 01/01/1936 | 12 | 236 |
Rolândia - Arapongas | 01/01/1941 | 15 | 251 |
Arapongas - Apucarana | 1942 | 18 | 269 |
IMPULSO PARA O DESENVOLVIMENTO E DIFICULDADES ENFRENTADAS
Comentários
Postar um comentário