Roça Nova

O pequeno vilarejo de Roça Nova, no ponto mais alto da Ferrovia Curitiba-Paranaguá, possui uma atração que une amantes de vinhos e trens: Uma vinícola dentro de um túnel ferroviário.

No ano de 1969, devido a mudança do tamanho de locomotivas e vagões, foi construído um novo túnel, paralelo ao antigo túnel, que foi abandonado. Ao longo dos anos, este antigo túnel, se revelou um ótimo lugar para a maturação de espumantes, devido a variação de temperatura do túnel, entre 16 e 17 graus, durante qualquer época do ano. Assim nasceu a ideia da vinícola Cave Colinas de Pedra, que procurou manter um pouco da história do lugar, com a preservação do túnel e da estação de Roça Nova, além de uma Litorina que fica no interior do terreno.

O local é muito tranquilo, e um convite para puxar uma cadeira debaixo das árvores e curtir o movimento de trens que sobem e descem a serra do mar paranaense.

ESTAÇÃO

A estação de Roça Nova foi inaugurada como parada de serviços, no ponto culminante do trecho, marcando o início do planalto de Curitiba. O prédio atual não é o original de 1885.
Logo após essa estação, no sentido Paranaguá, vem o primeiro túnel, que marca o início da descida da serra. A paisagem muda completamente: os vilarejos de grande pobreza existentes no trecho entre Curitiba e Roça Nova dão lugar à mata fechada da Serra do Mar.

Em setembro de 2009, a estação estava em fase final de reforma para se transformar na sede de uma vinícola.

FERROVIA

A linha unindo Curitiba a Paranaguá, a mais antiga do Estado, foi aberta pela Estrada de Ferro Paraná de Paranaguá a Morretes em 1883, chegando a Curitiba em fevereiro de 1885. Durante seus 137 anos de existência ela pouco mudou, apenas dentro de Curitiba e na mudança de um ou outro túnel na serra. É considerada um dos marcos da engenharia ferroviária nacional, projetada por André Rebouças e construída por Teixeira Soares, depois de firmas estrangeiras recusarem a obra devido à dificuldade do trecho da serra, entre Morretes e Roça Nova. É também uma das poucas linhas que continua tendo trens de passageiros, embora de forma apenas turística, desde os anos 90, hoje explorado por uma concessionária privada, a Serra Verde Express. Em 1942, a Estrada de Ferro Paraná foi englobada pela Rede Viação Paraná-Santa Catarina, que em 1975, foi transformada em uma divisão da RFFSA. Em 1996, o trecho passou a ser operado pela Ferrovia Sul Atlântico, que obteve a concessão da antiga RFFSA, que em 1999 passou à ser denominada de ALL América Latina Logística. No ano de 2015, a ALL entrou em fusão com a Rumo Logística do grupo Cosan, que opera a ferrovia até os dias de hoje.